ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 19-12-2008.

 


Aos dezenove dias do mês de dezembro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Carlos Comassetto, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Sofia Cavedon. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Nonagésima Nona, Centésima, Centésima Primeira e Centésima Segunda Sessões Ordinárias e da Quadragésima Oitava, Quadragésima Nona e Qüinquagésima Sessões Solenes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Todeschini discorreu acerca de Audiência Pública promovida ontem por este Legislativo, para tratar do reassentamento de moradores da Vila Nazaré, criticando a atuação do Governo Municipal no processo de realocação das famílias residentes nessa comunidade. Também, referiu-se a Projeto de Lei encaminhado a esta Casa pelo Governo Municipal, que propõe modificações relativas aos limites construtivos em condomínios de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Adeli Sell apresentou levantamento de problemas observados por Sua Excelência nas obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, em especial quanto a desníveis nas pistas e ausência de barreiras de proteção. Ainda, denunciou a existência de irregularidades nos registros e nos serviços prestados a esta Casa pela Cooperativa dos Trabalhadores da Região Sul Limitada – COOPERSUL. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib abordou a aprovação, pelo Senado Federal, da Proposta de Emenda Constitucional nº 020/08, que amplia o número de Vereadores na composição das Câmaras Municipais brasileiras. Sobre o assunto, declarando ser favorável à redução do número de legisladores nos Municípios, elogiou o posicionamento assumido pela Câmara dos Deputados, de não-aceitação dos termos da proposta encaminhada pelos Senadores. O Vereador José Ismael Heinen reportou-se às discussões que vêm sendo efetuadas nesta Casa, atinentes à Proposta de Emenda Constitucional nº 020/08 e ao número de Vereadores que compõem o Poder Legislativo. Além disso, comentou o pronunciamento de hoje do Vereador Adeli Sell, em Comunicação de Líder, sobre a atuação de empresas cooperativadas no País. Finalizando, formulou votos de um bom final de ano aos Vereadores que integram esta Câmara Municipal. O Vereador Elói Guimarães teceu considerações acerca dos debates realizados pelo Congresso Nacional durante o processo de apreciação da Proposta de Emenda Constitucional nº 020/08, aprovada pelo Senado Federal. Da mesma forma, afirmou que esse tema deve ser amplamente discutido entre todos os setores da sociedade brasileira, objetivando a definição de critérios efetivamente democráticos no que se refere à representação parlamentar nas Câmaras Municipais. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Luiz Braz, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 017/08 (Processo nº 6188/08). Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando que a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 016/08 (Processo nº 6187/08), fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/08, por vinte e dois votos SIM e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo Vereador Carlos Todeschini, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção o Vereador Carlos Todeschini e a Vereadora Maria Celeste. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Maristela Maffei, solicitando que a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 040/07 (Processo nº 9731/07) fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 040/07, com ressalva da Emenda aposta, após ser discutido pela Vereadora Sofia Cavedon e pelo Vereador Claudio Sebenelo. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Moacyr Schukster, Presidente do Sindicato Intermunicipal das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais no Rio Grande do Sul – SECOVI/RS. Após, foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 040/07, por quatro votos SIM e vinte e um votos NÃO, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os Vereadores Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Após, foram apregoadas as Emendas nos 06, 07 e 08, de autoria dos Vereadores Carlos Comassetto, Líder da Bancada do PT, e Professor Garcia, Líder do Governo, e nº 09, de autoria dos Vereadores Carlos Comassetto, Líder da Bancada do PT, Elias Vidal, Líder da Bancada do PPS, e Professor Garcia, Líder do Governo, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/07 (Processo nº 6904/07). Também, foi aprovado Requerimento de autoria dos Vereadores Carlos Comassetto e Professor Garcia, solicitando que as Emendas nos 03, 04, 05, 06, 07, 08 e 09, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/07, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Marcelo Danéris, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 057/08, por vinte votos SIM e seis votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini, Guilherme Barbosa, Carlos Comassetto, Adeli Sell e Claudio Sebenelo e pela Vereadora Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada pelo Vereador Carlos Todeschini, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto e Carlos Todeschini e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste e Sofia Cavedon e tendo apresentado Declaração de Voto, conjuntamente, os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto e Carlos Todeschini e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 057/08, as Vereadoras Sofia Cavedon, Margarete Moraes e Maria Celeste cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Carlos Comassetto e Carlos Todeschini e à Vereadora Sofia Cavedon. A seguir, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP; nº 03, de autoria do Vereador Elias Vidal, Líder da Bancada do PPS; nos 04 e 05, de autoria do Vereador Professor Garcia, Líder do Governo, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 219/08 (Processo nº 5381/08). Também, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Marcelo Danéris, solicitando que as Emendas nos 01, 02, 03, 04 e 05, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 219/08, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 022/08, após ser discutido pelo Vereador Adeli Sell. Em continuidade, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 163/04 (Processo nº 3840/04). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/07, com ressalva das Emendas apostas, após ser discutido pela Vereadora Sofia Cavedon. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Professor Garcia, solicitando a votação, conjuntamente, das Emendas nos 01, 02, 03, 04 e 05 e das Emendas 06, 07, 08 e 09, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/07. Foram votadas conjuntamente e rejeitadas as Emendas nos 01, 02, 03, 04 e 05, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/07, por vinte e cinco votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Professor Garcia, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 06, 07, 08 e 09, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/07. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 058/08, com ressalva das Emendas apostas, por vinte votos SIM e sete votos NÃO, após ser discutido pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores Adeli Sell e Carlos Todeschini, em votação nominal solicitada pelo Vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste e Sofia Cavedon e tendo apresentado Declaração de Voto a Bancada do PT. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, do Arcebispo Metropolitano Dom Dadeus Grings e do Padre Jaime Kaspary, convidando Suas Reverências a integrarem a Mesa dos trabalhos. Em continuidade, foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 058/08, por oito votos SIM e vinte votos NÃO, em votação nominal solicitada por vários Vereadores, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo. Foi rejeitada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 058/08, por doze votos SIM e treze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Maria Luiza, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Nilo Santos e Professor Garcia. A seguir, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando renovação de votação para a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 058/08. Em continuidade, por convite do Senhor Presidente, foi proferida uma bênção, pelo Arcebispo Metropolitano Dom Dadeus Grings, a todos os presentes. Às onze horas e trinta e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo e Carlos Todeschini e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão. A Casa produz, hoje, mais uma Sessão Extraordinária para enfrentar um conjunto de Projetos importantes para a Cidade. É importante ressaltar que estas convocações não oneram com nem um centavo os cofres públicos, portanto, os senhores Vereadores cumprem, rigorosamente, os ditames do dia-a-dia da Cidade.

Os seguintes Projetos serão debatidos hoje: PLL nº 211/08; PLCL nº 018/08; PLE nº 040/07; PLL nº 219/08; PLCE nº 022/08; PLE nº 057/08; PLL nº 163/04; PLCE nº 010/07.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Sebastião Melo, demais Vereadores, Vereadoras e os que nos acompanham, que nos assistem, venho a esta tribuna para fazer uma manifestação em relação à Audiência Pública que realizamos ontem com a comunidade da Vila Nazaré, agendada e marcada pela Presidência desta Casa, na qual me coube o papel de substituir o nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo. São 1.450 famílias entre comunidades residenciais e comerciais que serão reassentadas somente na Vila Nazaré. E a comunidade já esteve aqui nesta Casa, na terça-feira, em audiência na CEDECONDH, presidida pelo Ver. Guilherme Barbosa, da qual nós participamos. Uma discussão, uma queixa, uma reclamação comum colocada foi a falta de informações, a falta de comunicação e as promessas feitas pelo DEMHAB, seus dirigentes e ex-dirigentes, sem efetivamente nenhuma segurança. Até agora, as pessoas não têm nenhuma informação real, nenhuma informação concreta de absolutamente nada.

E muito grave, também, é o Projeto que vem a esta Casa, que diminui ou tira a obrigatoriedade do limite mínimo para fração ideal em condomínios que, hoje, é de 75 metros quadrados. Pois, para a nossa surpresa, havia dois superintendentes na reunião e nenhum dos dois tinha conhecimento do Projeto que o DEMHAB havia enviado a esta Casa. Isso não é possível, Ver. João Dib, não é possível, porque todos nós estamos num esforço desde 2005 para incentivar, para apoiar, para viabilizar a ampliação da obra do aeroporto, e, nas decorrências desta obra, estão os reassentamentos das Vilas Dique e Nazaré.

O conjunto dos Deputados da Bancada gaúcha destinou todas as suas Emendas - que aproximam o valor de 5 milhões de reais, ainda em 2005 -, para a aquisição dos terrenos para reassentamento das Vilas Dique e Nazaré. O Estado foi parceiro, já integralizou a sua cota - ao Município, aos outros órgãos cabe prover a infra-estrutura -, e o Governo Federal aporta recursos do Orçamento Geral da União de, no mínimo, 33 milhões para o conjunto da obra. No entanto, esse atraso de mais de três anos, todas as atrapalhadas e todas as conduções equivocadas são oriundas do Executivo Municipal e, em especial, do DEMHAB. E, ainda que com insistentes convites, nós temos contado com a ausência sistemática e permanente do DEMHAB nas reuniões, para tomar essas decisões.

Então estamos vindo a esta tribuna em Liderança, o Ver. Carlos Comassetto me concede o tempo, para também reforçar o protesto pela condução que o DEMHAB tem dado a esses importantes projetos para a Cidade de Porto Alegre. Não é aceitável um atraso de três anos somente na aquisição das áreas. São mais de 2 mil e 500 famílias, 450 só na Vila Nazaré e mais um mil e 200 na Vila Dique a serem reassentadas. E essas pessoas não têm informações, não participaram da definição do projeto, não aceitam imposição dos terrenos, que não são diminutos, são quase microscópicos, são quase invisíveis de tão pequenos. Portanto esse Projeto do DEMHAB que está aí não tem que ter acordo e não deve prosseguir.

Esta é a opinião de vários órgãos, inclusive alguns do próprio Governo Municipal. Um Projeto que nem sequer é de domínio do DEMHAB não pode prosperar. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores, meu caro Ver. Carlos Comassetto, Líder da nossa Bancada; eu quero apresentar rapidamente para as senhoras e para os senhores o levantamento dos problemas a serem resolvidos pelo Governo do Estado e pela Prefeitura na Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Essa via vai ser entregue hoje. Vejam que nós temos desnível na pista e ausência de barreira de proteção. (Mostra dossiê.) Depois eu vou passar este dossiê à Mesa para que possa verificar. O desnível de pista e a ausência de barreira de proteção podem causar graves problemas, Ver. Alceu Brasinha. Vou passar a Vossa Excelência, para verificar que inclusive um carro pode virar. O desalinho aqui é visível, a mureta de proteção não existe, foi feita uma obra em cima das casas. Veja as dimensões aqui, são completamente diferentes uma da outra, as dimensões podem ser vistas claramente aqui; enfim, as calçadas inacabadas, muro desnivelado propenso a cair, o muro está completamente torto, não foi refeito, é um perigo para os transeuntes. Mais calçadas inacabadas. Olha aqui o espaçamento, não tem como passar pela calçada. Impossível! Aqui o acesso a habitações e comércio ainda não existe, etc. e tal. Está aqui o dossiê para quem quiser saber. Será entregue à Srª Governadora e aos Secretários hoje, daqui a pouco, às 10h30min, quando a Baltazar será reinaugurada.

Eu quero apresentar aqui, Ver. Sebastião Melo, e já discuti isso com V. Exª, meu agradecimento à Direção da Casa, especialmente ao Diretor-Geral, pelo encaminhamento que fez do problema da cooperativa que presta serviços aqui para nós. Eu vou apenas colocar as conclusões, e tenho cópia do dossiê também, que esta Cooperativa que eu denunciei aqui, a Coopersul, não existe na Rua Flor do Conde nº 13, bairro Cidade Verde, pois lá funciona outra empresa, a distribuidora de gás e água mineral de propriedade do Sr. Vilmar Fagundes Veiga, fato comprovado por fotos e in loco, inclusive da existência e funcionamento da mesma; que o escritório na Rua Eduardo Chartier, nº 149, portanto aqui em Porto Alegre, não atende em horário comercial, pois, na tarde do dia 25 de novembro, não havia nenhuma pessoa para nos atender, fato comprovado in loco e por fotos anexas ao relatório. Com base nestes dados, sugerimos encaminhamento do presente relatório à Procuradoria para apreciação e posterior deliberação superior.

Há um conjunto de dados aqui que a direção desta cooperativa afirma que lá em Eldorado há uma pessoa de nome A e telefone B; a pessoa A não existe, o telefone B não atende, portanto é falsidade ideológica, é caso de cadeia! E diz que a sede em Porto Alegre funciona durante o dia, mas não funciona, a Câmara Municipal constatou. Mais uma falsidade ideológica, duas vezes razão para cadeia! Falsas cooperativas, picaretagem e “coopertrampo” é caso de cadeia! É caso de cadeia! As pessoas, aqui, receberam o quê, quando a Câmara repassou o aumento? Nada, zero! Zero! A Câmara está pagando rigorosamente a cooperativa. Há problemas no recebimento de vale transporte, há problemas de recebimento em vales. Nós sabemos que cooperativa não é uma empresa, tem outro procedimento. E se utilizam da legislação das cooperativas, que é uma péssima legislação feita pelo Congresso Nacional, com muitas leis feitas no Congresso Nacional, Ver. João Antonio Dib, que nos envergonham! Esta é mais uma delas!

Então a Câmara já está fazendo os procedimentos através da Diretoria-Geral, eu vou mandar isso para o Ministério Público, Tribunal de Contas, mas vou mandar para o DEIC, também, é um caso de polícia, é um caso de botar na cadeia. Falsidade ideológica é caso de cadeia! Repito. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu, hoje, preciso retificar um pouco as palavras que usei ontem, quando disse que, no Congresso Nacional, não havia seriedade. Ainda resta alguma coisa. Aprovaram uma PEC aumentando o número de Vereadores e diminuindo o percentual para as Câmaras. O Senado votou, na madrugada, na presença de Vereadores, só que retirou aquela diminuição de custos das Câmaras. E o Presidente da Câmara Federal, praticamente, entendeu de vetar, não assina, não promulga aquela Emenda do aumento de número de Vereadores no Brasil, portanto, ficou sem efeito. O Presidente do Senado vai ingressar no Supremo Tribunal Federal, para ver se, com mandado de segurança, a medida é promulgada.

No nosso caso, em Porto Alegre, nós não seríamos atingidos pela diminuição de custos, porque, no Orçamento, não chegamos aí a menos de 2,5%. E nós estaríamos autorizados, na Constituição, até 5%. E, mesmo com 2,5%, nós ainda conseguimos fazer economias. Então eu acho que não seria este o problema.

Mas eu não tenho nenhuma dúvida de que nós tínhamos de diminuir o número de Deputados Federais. Nós tínhamos de entrar na mesma proporção dos Estados Unidos, que é um país rico, que é um país maior do que o nosso, em extensão territorial, que é um país que tem 100 milhões de habitantes mais do que nós e tem 435 Deputados. E, se nós tivéssemos a mesma proporção, pois eles têm 50 Estados, nós teríamos 234 Deputados Federais. E acredito, tenho certeza e tenho convicção, que resolveriam melhor os problemas do nosso País. Porque, numa medida importante votada anteontem, discutiram o ingresso da Venezuela no Mercosul e, só em Questões de Ordem, foi uma hora inteira. Depois, acertaram tudo, mas não tinha mais do que 300 Deputados dos 513. Então não precisa mesmo! Eu acho que 234 seria um número excelente, mais fácil de reunir e menos custo para o Brasil, porque o grande problema do Legislador não é fazer leis, é fiscalizar o Executivo, é fiscalizar o cumprimento da legislação, é legislar com eficiência, é fazer a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Plano Plurianual, a votação do Orçamento. Isso é que deve ser o trabalho do Legislador, não é só o do Vereador, de todos eles, desde o Vereador até o Senador. Parece que fazem leis e mais leis, não é o que nós precisamos. Se tudo pudesse ser resolvido por lei, uma só chegaria: todo brasileiro dever ser responsável, sério - e tudo estaria resolvido.

Eu acho que a Câmara Federal deu uma mostra de um pouco de seriedade ainda. Mas, mesmo assim, eu não retiro tudo o que eu disse ontem, deixo muito daquilo que eu disse: acho que pode diminuir o número de Deputados, acho que são irresponsáveis, sim, e ontem arrumaram um ponto favorável. Espero que eles façam mais coisas em favor do País. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, assuntos palpitantes da ordem do dia já foram tratados aqui sobre a diminuição ou aumento das cadeiras a Vereador neste País.

Se nós revíssemos pronunciamentos anteriores que eu fiz desta tribuna, deverá estar registrada a origem do meu pai. Quando Vereador, na década de 50, 60, ele ganhava tão-somente, Ver. Dib, a indenização da gasolina de um caminhãozinho, porque ele morava a 20 quilômetros da sede, no Município de Santo Ângelo.

Fala-se muito em redução de despesas, fala-se muito em redução ou aumento de cadeiras, mas eu vejo que a única economia que se faz realmente necessária é aquela em que nós não precisamos achacar o bolso dos cidadãos através de mais impostos. E toda economia viável, factível e real é aquela que caminha nesse objetivo: de precisarmos arrecadar menos impostos desse povo sofrido. Devolvermos o que sobra para obras prioritárias; fazer economia, mas disponibilizar o máximo possível, não é economia. Deixar de dar aqui e colocar ali, fica “tudo como dantes na casa de Abrantes”.

Também me causa espécie o assaque que está havendo contra a Justiça Militar, o Tribunal Militar no Estado do Rio Grande do Sul. Vejo duas colocações. Uma, ranço político, talvez por ter o nome “militar”; e a segunda, o cartelismo de certos auditores que, logicamente, preferem ser Desembargadores. Porque num País como o nosso, em que a Justiça é tão morosa, é tão perniciosa para os julgamentos, a parte que menos gasta é a Justiça Militar, pois já são salários que estariam sendo pagos a oficiais militares. A celeridade necessária, o entendimento necessário à hierarquia e às leis me faz pensar no que o jornalista hoje escreveu, ou para galgarem postos que pagam mais ou pseudodenunciantes ou ranço político.

Também o Adeli Sell, nobre Vereador, nobre colega, muito contundente, fala em cadeia para as falsas cooperativas. Ver. Adeli Sell, quem é preso neste País, se “as galinhas já não se criam mais soltas”? Cadê os mensalistas? Cadê o “dólar-cueca”, agora “eurocuecas”? Alguém está preso? Deputados Federais com dólar na cueca hoje estão lá, no Nordeste, distribuindo verbas novamente, verbas oficiais! Vamos ter mais respeito com as cadeias, e não com a Justiça que nós temos hoje, que continua “como antes no quartel de Abrantes”, em que somente os mais humildes, aqueles que não têm influência ou não têm dinheiro para se defender continuam indo presos, como aquela doméstica que roubou um pacote de margarina e foi presa, ficou presa e esquecida. Se falarmos em cadeia, vamos ter mais respeito com o povo e com as leis deste País.

Neste findar, ainda quero, Sr. Presidente, ter a oportunidade de falar sobre o dia de ontem, quando o nobre Líder, político brilhante, Marcelo Danéris, fez a sua despedida. Quero, também, exercitar melhor as minhas convicções àqueles colegas que aqui vão permanecer.

Seria isso hoje, Sr. Presidente. Desejo que tenhamos uma boa Sessão e um bom final de ano com Sessões produtivas a favor do desenvolvimento, a favor daquilo que é melhor para a nossa Cidade. Vamos ver se nós nos desatrelamos deste atraso cultural de Porto Alegre, que, em prol de um ambientalismo ultrapassado, não permite que se faça mais obra nenhuma. Mas acho que cabe a nós mudar isso, ter a coragem de mudar o cartão-postal de Porto Alegre, de buscar o desenvolvimento ambientalista científico que, realmente, produza resultados e que não faça com que aumentem a pobreza e o desemprego deste País. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. João Antonio Dib, ontem, foi ovacionado, de pé, na diplomação dos eleitos, aliás, tributo que lhe prestou a classe política, os que lá estavam, pela sua dedicação à causa pública, e ele tem trazido ao debate essa questão da representação parlamentar, mormente em nível de Vereador.

Eu diria que a relação entre a população, ou entre o eleitorado e os Parlamentos - Câmara Municipais, Congresso Nacional, Senado Federal -, é uma discussão que tem sido produzida de forma aleatória. Não se tem construído, Ver. João Antonio Dib, um critério capaz de dar a expressão adequada a essa realidade importante. O Judiciário andou interferindo em questões que nos afiguraram intervencionistas em áreas afetas ao Legislativo. O Legislativo também, sem muito critério, vem estabelecendo normas acerca do tamanho da representação.

A verdade é que, no último PEC - Projeto de Emenda Constitucional -, o fundamento da mesma em reconstituir um tamanho que se tinha era o não-aumento de despesa; esse era o fundamento central do Projeto que aprovou a alteração das representações das Casas Legislativas Municipais; portanto não poderia ser aumentado.

Por outro lado, o Senado Federal terminou “melando” o foco que se pode examinar, na medida em que ele retira o fundamento básico para o aumento, que era a possibilidade de aumentar o Orçamento, as despesas das Casas Legislativas. E, em conseqüência, aquela expectativa que estava sendo alimentada por um determinado número de Vereadores, de imediatamente ingressarem e ter vigência a partir da presente Legislatura, que se inicia em 1º de janeiro, foi por água abaixo, Ver. Guilherme, Barbosa, porque o fundamento da ampliação feita na Câmara Federal, cuja autoria é de um gaúcho, Deputado Pompeo de Mattos, era não aumentar despesas. E o Senado “melou” tudo, não sei se querendo ajudar ou não, quando da retirada do dispositivo que estabelece a questão da despesa.

Então eu acho que nós ainda precisamos de um amplo debate, Ver. João Antonio Dib, para não sairmos dizendo aleatoriamente: “Olha, esse número é menor, esse número é melhor, etc. e tal”. Eu quero declarar aqui que reputo importantes os Legislativos Municipais pelos papéis que eles têm na administração deste ente federativo importante, que é o Município. Portanto há um espaço para um amplo debate no sentido de se fixar com critérios democráticos e bem regulada a questão do número de representantes às Casas Legislativas, porque, até agora, o debate está sendo construído em cima de opiniões e de forma aleatória: “Olha, penso que esse número é adequado”, o outro, da mesma forma. Então precisamos balizar a matéria de forma técnica, de forma democrática. Portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Senado Federal, não sei se querendo ajudar ou não, terminou “melando” as expectativas dos Vereadores brasileiros. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas 99ª a 102ª Sessões Ordinárias e das 48ª, 49ª, 50ª Sessões Solenes. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Apregôo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Luiz Braz, ao PLCE nº 017/08, cujo teor é o seguinte (Lê.): “Fica acrescentado, no PLCE nº 017/08, novo artigo 11, com a redação que segue, renumerando-se o atual art. 11 para art. 12: ‘Art. 11 - A eficácia da legislação que dispuser acerca da utilização da Orla do Guaíba fica condicionada à sua aprovação, por maioria simples, em referendo a ser convocado pelo Poder Público e homologado pela Justiça Eleitoral, na forma do art. 14 inc. II da Constituição Federal e do art. 97, inc. III, e art. 99 da Lei Orgânica”.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que solicita a dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLCE nº 016/08 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, como estou conversando com o Líder do Governo a respeito do PLL nº 211/08, requeiro que ele fique por último na votação da Ordem do Dia desta manhã.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com voto contrário do Ver. Haroldo de Souza.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5271/08 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/08, de autoria dos Vereadores João Carlos Nedel e outros, que inclui incs. VIII, IX, X, XI e XII no art. 49 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental –, e alterações posteriores, ampliando o rol de instrumentos urbanísticos de intervenção no solo para o cumprimento da função social da propriedade, e altera o Regime Urbanístico da Subunidade 03 da Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 094 da Macrozona (MZ) 03, constante no Anexo 1.2 dessa Lei Complementar. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM Relator-Geral Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto e pela rejeição da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 19-12-08;

- prejudicada a votação da Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCL nº 018/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos Todeschini, o PLCL nº 018/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM e 02 ABSTENÇÕES.

Em votação dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLE nº 040/07 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 9731/07 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/07, que autoriza o recebimento em doação antecipada de área decorrente de parcelamento do solo a ser realizado em gleba para destinação de Parque e a respectiva concessão real de uso de parte desta ao Instituto Popular de Arte e Educação – IPDAE.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto (empatado).

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 06-10-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 040/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 040/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, apenas quero fazer um registro do importante, significativo e imprescindível trabalho que o Instituto Popular de Arte-Educação faz no bairro Lomba do Pinheiro e do acerto da construção, da cedência desse terreno que o Governo Municipal faz com esta Entidade. Mais, nesse parcelamento do solo, há uma antecipação de cedência da área pública para que essa Instituição expanda o seu trabalho. O Ipdae mantém no bairro Lomba do Pinheiro: duas bibliotecas populares, uma orquestra de flautas, uma escola de música, trabalho de artes, um compromisso de fazer inveja a todas as regiões. Entendo que fortalecer, garantir espaço para expansão, com o compromisso que o Ipdae está assumindo nessa área, de preservar um espaço bem grande de mata nativa, de área de preservação para conhecimento, para a fruição dos moradores do bairro Lomba do Pinheiro, ao mesmo tempo em que essa área que está sendo cedida será um grande lugar, um parque esportivo organizado pelo Ipdae, é uma excelente notícia para a Cidade e para o referido bairro.

Quero fazer dois registros fundamentais: primeiro, o bairro Lomba do Pinheiro é o único que tem um acompanhamento do Planejamento da Prefeitura de Porto Alegre, de técnicos do Planejamento com técnicos da SMAM, que fizeram, participativamente, por muitos anos, com a comunidade deste bairro, um processo de planejamento da Lomba do Futuro. Inventariaram o que existe de equipamento de instituições públicas neste bairro. O bairro Lomba do Pinheiro tem um instrumento e sabe das lacunas de atendimento na Educação, na Cultura, na Assistência e na Saúde. Quer dizer, é possível, hoje, neste bairro, projetar ações com conhecimento, com diagnóstico do que existe e das necessidades que existem lá. Essa concessão também é resultado da fala desses técnicos, da comunidade com a instituição, o Ipdae. Essa concessão é muito importante.

Por outro lado, o próprio bairro Lomba do Pinheiro tem hoje uma dor, porque é o único bairro da Cidade que, num ano, conseguiu botar, em primeiro lugar, no Orçamento Participativo, a temática da cultura, conquistou um Centro Cultural - está lá o Centro Cultural, com previsão de reformas, mas passou quatro anos abandonado, uma comunidade que tinha uma escola de samba forte, que tinha um empuxe cultural importante, luta para recuperar a qualidade do seu Centro Cultural. Isso combina muito bem com essa concessão da área para o Ipdae, pois nós teremos outra qualidade de vida na Lomba. Sem esquecer a polêmica que a Lomba do Pinheiro levantou, nesse tema, da necessidade da expansão do Ensino Médio. Lá nós só temos uma única escola de Ensino Médio, a Escola Rafaela Remião, uma escola que tem uma área lindeira; nós estamos pressionando o Governo Estadual para ampliar, para reconstruir o prédio de madeira.

E, também, estamos nos somando ao movimento da Verª Maristela, que é, na verdade, um movimento dos moradores da Lomba, para que uma escola técnica se instale na Lomba do Pinheiro, mas isso não é incompatível com essa cedência da área e com o crescimento desejado do Ipdae. Então parabéns à Fátima que coordena o Ipdae, ao Ipdae, à comunidade da Lomba e ao Governo Municipal! Acho que chegamos a uma bela construção, que vai trazer qualidade de vida para as crianças e adolescentes da Lomba do Pinheiro. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença, no plenário, do Dr. Moacir Schukster, Presidente do SECOVI/RS. Bem-vindo à nossa Casa, Dr. Moacir, um abraço.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLE nº 040/07.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente Sebastião Melo; Srs. Vereadores, está em votação, nesta manhã, o Projeto de doação antecipada de uma área na Lomba do Pinheiro. Verª Neuza Canabarro, V. Exª que tanto tem trabalhado pela Lomba e tanto tem produzido, especialmente na nossa Comissão de Saúde, sabe que essas Organizações Não-Governamentais, em geral, elas são Governamentais; esta é Não-Governamental, ela busca a cultura na arte e na educação, essa mesma educação que é negada a tanta gente neste País, e este Instituto Popular de Arte-Educação tem feito maravilhas nessa área, saindo do nada, atendendo crianças das nossas favelas, crianças em condições subumanas de vida, que passam a ter direito à inclusão social, por meio da leitura, da música, pelo teatro, pela ginástica, pela integração e, principalmente, pela humanização das relações dessas crianças.

Duas grandes bibliotecas, um museu e, agora, com maior audácia, uma grande biblioteca, um teatro, locais de reunião, de aprendizado, professores de música, maestrinas, regência e composição. As crianças terão acesso a isso tudo, e já tem uma orquestra com 36 elementos, com instrumentos maravilhosos, tecnicamente perfeitos, uma orquestra popular fantástica, que toca clássicos em todos os espetáculos para os quais são requisitados. São as nossas crianças que não tinham direito a nada, que falam com erudição, inclusive musical, erudição poética, erudição literária, e isso é proporcionado pelo Instituto.

Isso se chama educação, isso se chama inclusão social, isso se chama convivência. Ao invés de serem espectadores, eles é que estão no palco.

E fazer isso com as nossas crianças menos aquinhoadas, não tenham dúvida de que é, talvez, uma das atitudes mais maravilhosas que encontramos nesta Cidade.

Este Projeto, Verª Neuza, tramita há 6 anos, pedindo, solicitando, chorando, mendigando, muitas vezes, uma assinatura junto às agências burocráticas do Governo, mas, principalmente, pelo boicote que é feito a essas instituições.

Essas instituições são fantásticas, as pessoas que trabalham nessa área são heróicas, o trabalho da Fátima é maravilhoso.

O Governo do Estado está começando a se interessar por esse tipo de trabalho, por essa descoberta de verdadeiras pérolas, de verdadeiras jóias, diamantes que já nascem lapidados, fantásticos, mostrando que a regeneração é possível, que é possível a inclusão, que é possível a educação.

V. Exª, Verª Neuza, que fez um trabalho maravilhoso na Educação do Rio Grande do Sul, sabe muito bem o trabalho formiguinha que é feito por essas pessoas. É um trabalho que dignifica, dá grandeza ao ser humano, e nos faz acreditar e ter esperança numa sociedade que tantas vezes nos decepcionou, tantas vezes choramos, tantas vezes lamentamos as nossas próprias insuficiências.

Hoje é um dia de festa, e esta Casa, eu tenho certeza, vai votar por unanimidade este Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal o PLE nº 040/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação nominal, solicitada pela Verª Sofia Cavedon, a Emenda nº 01 ao PLE nº 040/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 04 votos SIM e 21 votos NÃO.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Professor Garcia e do Ver. Carlos Comassetto, solicitando dispensa de envio à apreciação das Comissões as Emendas nºs 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09 ao PLCE nº 010/10. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5381/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 219/08, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que dispõe sobre a concessão de tratamento diferenciado e simplificado às microempresas, às empresas de pequeno porte e aos empreendimentos de economia popular e solidária nas contratações públicas de bens e serviços dos órgãos da Administração Direta e Indireta.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 17-12-08;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 219/08, de autoria do Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.)

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, solicitando que o PLL nº 219/08 seja apreciado em último lugar. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6788/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 057/08, que altera a ementa e o art. 1º, da Lei nº 9.952, de 4 de abril de 2006, alterada pela Lei nº 10.185, de 15 de maio de 2007, e pela Lei nº 10.336, de 27 de dezembro de 2007, passando para R$287.162.770,47 (duzentos e oitenta e sete milhões, cento e sessenta e dois mil, setecentos e setenta reais e quarenta e sete centavos) o valor da autorização ao Poder Executivo para contratação de operação de crédito com a Caixa Econômica Federal e para R$62.225.556,93 (sessenta e dois milhões, duzentos e vinte e cinco mil, quinhentos e cinqüenta e seis reais e noventa e três centavos) a contrapartida daquele.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB Relator-Geral Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 122, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 18-12-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 057/08. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 057/08.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem, os representantes do DMAE, vejo o engenheiro Valdir Flores que está presente, o coordenador do Socioambiental, este Projeto vem solicitar autorização para ampliação dos créditos e contratação junto à Caixa Econômica por alterações no Projeto original do Programa Socioambiental. Vejo aqui modificações na EBE – Cristal e EBE Cavalhada especificamente na Chaminé de Equilíbrio; os Emissários Terrestre e Subaquático; na ETE – Ponta da Cadeia; na Estação de Bombeamento e Emissário Final de esgoto tratado e Revisão dos Orçamentos.

ETE Ponta da Cadeia: o projeto executivo final da ETE Serraria é composto de 32 unidades administrativas e técnicas. Em função dos levantamentos locais que indicaram as condições reais do solo e a criação de algumas unidades complementares não previstas, mas necessárias; as quantidades de movimentação de solo, de volumes de concreto e de urbanização ficaram alteradas.

O pedido, pelo que eu entendo, é de suplementar em mais 100 milhões essas adequações. No Projeto original, Ver. Guilherme, o pré-projeto eram 115 milhões de dólares ou 300, depois houve uma alteração para 345 milhões de reais. Já devemos ter alterado umas dez ou 12 vezes aqui os valores e o texto da lei que autoriza a contratação desses recursos. Eu lembro de que o último número era 406 milhões, aproximadamente. Isso é ampliar mais 100 milhões. Seria isso? Mais 110 milhões. É um volume significativo apresentado, aqui, um Projeto de Pedido de Autorização para contratação. É um Projeto muito importante, ele vai causar um impacto muito positivo na Cidade. É verdade que os projetos iniciais eram pré-projetos, eram estimativas, mas o fato é que há muitas alterações que vêm em cima da hora no meio de muitos Projetos. E isso gera uma dificuldade de nós podermos aprofundar mais os debates, aqui, sobre o tema. Houve alterações substanciais, principalmente na estação, mas não só na estação, também, na concepção técnica do emissário, nas estações de bombeamento, na chaminé de equilíbrio e muitos outros elementos, componentes importantes do Projeto. Agora, vejam bem, se são 110 milhões sobre o que estava posto, que eram 406 milhões, é mais de 25% de ampliação. É um Projeto que a gente precisa contratar, mas é muito, muito, muito expressiva a alteração que vem aqui no pedido. Eu gostaria de ouvir, também, a opinião dos demais colegas Vereadores, o Ver. Guilherme também é engenheiro, também foi Diretor do DMAE; Engº Comassetto também é importante; o Ver. João Dib, que também foi Diretor do DMAE, que estes colegas possam, aqui, trazer elementos de ampliação deste debate. Lamentavelmente, essas coisas vêm na última hora e numa pressão de muitos Projetos para serem discutidos e votados. Obrigado pela atenção de vocês.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLE nº 057/08.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; representação do DMAE e demais pessoas que nos acompanham, trata-se, sem dúvida nenhuma, de um dos mais importantes Projetos a serem executados em nossa Cidade, registrando inclusive que a sua idéia, a sua concepção iniciou na administração do ex-Diretor-Geral Carlos Todeschini, e, felizmente, o Prefeito Fogaça e o atual Diretor Flávio Presser dão continuidade ao Projeto, modificando-o, mas o centro, o objetivo do Projeto se mantém.

Com essa visão é que nós, mesmo oposição ao Governo - mas nunca fazemos oposição à Cidade -, temos votado – eu pessoalmente, depois que voltei à Câmara Municipal a partir de janeiro de 2007 - a favor do Projeto e de algumas complementações, atualizações, enfim.

Mas, como disse o Ver. Carlos Todeschini – e ele exagerou um pouco no número -, com certeza não menos do que cinco vezes nós já fizemos a atualização de valor, de contrato, de projeto em cima desse Projeto PISA. Votamos sempre a favor, fizemos crítica, mas votamos a favor disso. Desde o inicio, nós dissemos que o escopo do Projeto diminuiu, havia a inclusão do deslocamento da comunidade da Vila dos Sargentos, porque está num local ruim para a comunidade, e também termina diminuindo um pouquinho, é verdade, mas diminuindo a abrangência do Projeto, na medida em que aquela comunidade não será atendida por rede de esgoto e tratamento, e os seus excrementos irão direto para o rio, embora, evidentemente considerando o todo, muito reduzido.

Agora vem um pedido de atualizar o valor em praticamente 50%. A tabela que vem junto ao Projeto, explicativa, mostra isso. Foi aprovado até agora um total de 239,69 milhões de reais para o Projeto. Uma parte, porque a outra já está sendo executada, enfim, com o financiamento da Caixa, e assim por diante.

Mas o que nós estamos tratando agora são 239,69 milhões, e pede este Projeto de Lei a complementação de mais 109,69 milhões, o que significa quase 50% do valor. Vêm junto as explicações, mas eu quero questioná-las. E eu disse aqui, e repito, que há, no mínimo, uma falta de cuidado com o Projeto, apesar de saber da qualidade do Eng.º Valdir, da equipe do DMAE, e assim por diante, mas acho que isso não vem só do DMAE e da sua equipe técnica permanente, porque dizer, por exemplo, nas explicações, que estava prevista uma chaminé na Av. Diário de Notícias e agora surgiu um shopping, por favor! O shopping está previsto desde a Administração do Prefeito Raul Pont. Isso não foi lembrado na administração do PISA. Inclusive há um erro: ETE da Ponta da Cadeia, que significa Estação de Tratamento de Esgotos na Ponta da Cadeia. Não existe, não é? Há uma Estação de Bombeamento na Ponta da Cadeia e não uma Estação de Tratamento, e que não se conhecia – na verdade está-se referindo à Serraria – o solo; novas sondagens... Um Projeto desse tamanho, dessa magnitude não ter sido feita sondagem adequada do terreno para precisar agora adequar? Então quanto às explicações, estou considerando que elas são falhas, elas não convencem, para que se faça um acréscimo de 110 milhões de reais, praticamente 50% a mais daquilo que nós várias vezes já modificamos e já acrescentamos. Não tem explicação agora esse valor muito, muito grande. No mínimo está faltando cuidado com um Projeto tão importante. Portanto cuidado com o dinheiro da Prefeitura.

Encerrando, Sr. Presidente, sempre votamos a favor nas outras vezes pela importância do Projeto, mas acho que desta vez há um absoluto exagero e nem sei como é, pela legislação das licitações, que se vai aplicar mais 50%, a menos que se façam outras licitações que ainda não se fizeram, porque rigorosamente não vai poder fazer. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 057/08.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, nós estamos aqui novamente discutindo o Programa Integrado Socioambiental. Aqui há uma equipe do DMAE, hoje, que veio para acompanhar a discussão do Projeto. Eu só lastimo que a equipe do DMAE que aqui está não trouxe para esta Casa as informações que nós pedimos e acordamos com a Liderança do Governo ainda quando votamos o Projeto anterior. Temos acordo e aprovamos o recurso da Caixa Econômica Federal que totalizou 152 milhões de reais. Buscamos as informações para termos a segurança de que os recursos estão sendo bem aplicados. E os dois colegas que me antecederam, dois engenheiros, ex-diretores do Departamento Municipal de Águas e Esgoto, nos trazem um conjunto de informações. E eu tenho colhido um conjunto de informações que vem da comunidade. Primeiro: em todas as obras que estão sendo realizadas pelo DMAE no Socioambiental não foi instituída uma das exigências do Governo Federal e do Banco Mundial, que são as comissões de obras, com a comunidade acompanhando os projetos, acompanhando as licitações e fiscalizando as obras. Por que isso não foi feito? Essa é a primeira pergunta que faço. Um procedimento que tem por objetivo dar transparência e lisura à aplicação dos recursos.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Comassetto, o lançamento do esgoto, lá na Serraria, estava previsto a uma distância de mil metros, mais ou menos; aumentou mais 1.500 metros, em razão do estudo feito do leito do rio. Só isso já dá uma diferença enorme. A Estação de Bombeamento de Esgoto, aqui na Ponta da Cadeia, também custa mais dois ou três milhões de reais. Então está explicado.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Ver. João Antonio Dib, V. Exª já foi Prefeito, já foi Diretor do DMAE e também é engenheiro. Nós, que somos engenheiros, sabemos que mudamos uma obra quantas vezes quisermos, conforme o conceito daquele que assume a direção da obra. Se, realmente, mudou isso que V. Exª está dizendo, por que não foram trazidas para esta Casa as informações do Projeto que possam nos dar luz de que está correta essa orientação? Este Projeto passou a nossa última gestão toda sendo elaborado, já passou o primeiro mandato do Governo Fogaça, aqui na Casa, nós já votamos quatro vezes a retificação deste Projeto. Afinal de contas, a equipe de engenheiros do DMAE não é qualificada para fazer o Projeto uma única vez e garantir que os recursos sejam previamente definidos? Por que nós temos que votar, a cada ano, uma consertação, ou enxerto, ou uma mudança no Projeto? Isso é insegurança na engenharia e na tecnologia do Projeto? Ou é superfaturamento das obras? Eu quero discutir isso, eu quero ver o Projeto, eu quero fazer a análise, eu quero ver esses investimentos. Nós já votamos aqui e fizemos um acordo há um ano, que a Liderança do Governo e o DMAE responderiam os nossos Pedidos de Informações, para que enviassem os projetos executivos e de engenharia, mas todas as informações que pedimos, para que pudéssemos analisar esses detalhes, até hoje não vieram. A equipe do DMAE está aqui novamente pedindo o nosso voto para aprovar.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Carlos Comassetto, para continuar discutindo o PLE n° 057/08.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Verª Sofia, muito obrigado, Sr. Presidente. A equipe do DMAE está aqui pedindo novamente que autorizemos o Executivo a receber do Governo Federal mais 106 milhões de reais. Nós, Legisladores municipais, junto com os Legisladores estaduais e federais, temos que ter a tranqüilidade e a responsabilidade de ter a segurança de que esses recursos estão sendo bem aplicados tecnicamente e financeiramente. No mínimo – e falo aqui também em nome da nossa Bancada –, a nossa Bancada, que analisou o Projeto e que fez uma análise crítica, não tem essa segurança. Votando este Projeto, aprovando este Projeto, mesmo os Vereadores que são da base do Governo, estaremos votando um Projeto com um grau se insegurança e de insatisfação na execução das suas obras e na aplicação dos recursos públicos.

Fizemos uma pergunta, nas Informações, que até o momento não foi respondida. Nas contrapartidas elaboradas, nas Audiências Públicas que existiram a respeito do Programa Integrado Socioambiental deveriam ser reassentadas 1.680 famílias, entre elas 250 famílias da Serraria. Foram riscadas do Projeto, foram tiradas do Projeto, e não veio nenhuma justificativa, até o momento, de por que elas foram retiradas do Projeto.

O Parque Natural do Morro São Pedro com a execução do Parque Linear Arroio do Salso foi acertado na Audiência Pública, foi discutido inclusive com as agências financiadoras da época. Ficou acordado; a atual Direção do DMAE riscou do mapa essa contrapartida, que é a questão do Parque Natural do Morro São Pedro e do Parque Natural Linear do Arroio do Salso, que inicia na foz do arroio do Salso, na Ponta Grossa, junto à Vila dos Sargentos e vai até as suas nascentes, passando pela região da Restinga, onde iniciaria com 300 metros em cada margem como parque natural e subiria, chegando na região da Restinga com 150 metros de cada lado como parque linear. Resolveríamos os problemas da irregularidade que existe na Dorival Castilho Machado, no Túnel Verde, na região da Ponta Grossa, mesma região essa em que as equipes do DMAE que andam na comunidade dizem que vão realizar as contrapartidas de retirar, por exemplo, a comunidade do Túnel Verde, que fica alagada, que estava no Projeto e não está mais. Tudo isso foi suprimido do Projeto.

Nós nunca negamos a possibilidade de aprovarmos recursos do Governo Federal, neste caso estamos fazendo o alerta à Cidade e à nossa Bancada, Professor Garcia, e, como Conselheiro Nacional das Cidades que sou, enviaremos um documento ao Ministério das Cidades transcrevendo esta fala, levantando estas dúvidas e pedindo, em Porto Alegre, uma nova reunião com o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal, que são agentes financiadores, para que a caixa-preta da condução do Programa Integrado Socioambiental seja aberta, e todos os compromissos sociais e ambientais que foram assinados no Projeto voltem a ser reconhecidos e voltem a fazer parte do Projeto, como sempre foi e como foi acordado com a população de Porto Alegre.

Portanto, Sr. Presidente, trago aqui este conjunto de observações e de dúvidas e cobro mais uma vez, pois o Poder Público Municipal, através do DMAE, não cumpriu o acordo feito com esta Casa de trazer todas as informações e os projetos executivos, para que pudéssemos analisar e comparar com os investimentos que estão sendo feitos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 057/08, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, vou continuar aqui o debate que iniciei antes, porque, se é para responder só para o Ver. João Dib, é muito fácil. São 110 milhões de reais a mais, e, pela justificativa do Ver. João Dib, é para ampliar o emissário subaquático em 1.500 metros. Não se justifica, não é por isso que se justifica. Eu gostaria, Eng. Valdir, que nós tivéssemos, como noutros momentos, reuniões com o DMAE, para que a gente pudesse dialogar de forma bastante direta e até informal, para entender tudo o que está acontecendo, porque esse não é um dos maiores projetos de Porto Alegre, é o maior projeto da história da cidade de Porto Alegre. Isso que não estão em discussão, não estão sendo pautadas aqui as questões que o Ver. Comassetto levanta, que são questões ambientais de alto relevo, como os 250 reassentamentos que deveriam ser feitos originalmente na Vila dos Sargentos, o Parque Natural do Arroio do Salso e a implantação dos primeiros 40 hectares da reserva do Morro São Pedro, tudo parte do projeto original.

A outra parte expressiva, e por isso que o Programa se chama Integrado Socioambiental, é o reassentamento das famílias da região do arroio Cavalhada, aquelas pessoas todas hoje ocupantes de área de risco e que vão ser reassentadas. E as últimas informações extra-oficiais que eu tenho são de que todos receberão bônus-moradia, os 1.800 receberão bônus-moradia. No meu entendimento, um outro grande equívoco, porque não se está produzindo nenhuma unidade habitacional nova e se está dando um bônus para que um favelado, para que um excluído exclua um outro em seguida. Serão 1.800, e isso está acontecendo. Portanto é uma crítica. Isso é um equívoco, porque, se Porto Alegre tem carência de 50 mil unidades habitacionais populares, nós estamos jogando fora a oportunidade de se fazer, Verª Sofia, nós estamos jogando fora a oportunidade de se produzir duas mil unidades habitacionais. Poderia diminuir o déficit de Porto Alegre, mesmo assim serão gastos 70 milhões só nisso. Agora, o que vem aqui é um pedido de autorização de financiamento de 110 milhões de reais a mais naquilo que diz respeito ao sistema de tratamento de esgoto – aqui estão excluídas as casas: a estação de bombeamento na Ponta a Cadeia, a chaminé de equilíbrio, o emissário subaquático e terrestre que vai conduzir o esgoto em pré-tratamento para a ETE, alterações na ETE e na tubulação de descarga no Guaíba.

Então, vejam só, são elementos que estão a demandar um acréscimo de 50% nos valores das obras a partir do aprofundamento técnico das alterações e das mudanças de concepção. Por exemplo, eu tenho convicção de que é um equívoco mudar aquilo que foi concebido originalmente, e digo porque isso fez parte da nossa equipe original do Socioambiental, que é trocar o sistema de lagoas por um sistema mecanizado. Aí vão dizer: “Mas isso é uma exigência da Fepam, é uma exigência das Portarias”. É verdade, em parte, mas há soluções tecnológicas, a gente já apresentou com resultados, e eu tenho as provas dos resultados que, no nosso tempo, um tratamento com plantas de banhado e plantas de lavoura é possível eliminar todas as algas e os nutrientes.

Então acho que os dirigentes da Cidade estão fazendo opções, só que elas terão mais custos para o bolso de todos contribuintes de Porto Alegre no presente e para o futuro. Portanto é importante que a Cidade esteja alerta para isso. Gostaria que o Ver. Moesch também debatesse essa matéria, ele que é ambientalista, fez parte do Governo, e esse assunto é de relevância para a Cidade, em especial para o meio ambiente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 057/08.

Tenho que receber o Cônsul da Itália, que se encontra no gabinete da presidência. Convido o Ver. Claudio Sebenelo para assumir a presidência.

 

(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, meu caro Ver. Bosco, eu estou aqui para dizer da minha indignação sobre a falta de transparência em alguns Projetos do Executivo. Eu vim aqui anteontem para dizer que é importante quando uma Secretaria manda seus técnicos e eles vêm discutir, como é o caso da Secretaria da Fazenda. O Ver. Garcia de pronto aceitou uma Emenda tirando uma parte que iria complicar a vida das pessoas, a vida das empresas. Agora, este Projeto tem uma implicação com a vida de centenas de famílias da região cujos assentamentos e reassentamentos não têm solução. Ademais, é um Projeto para lá de nebuloso – vou insistir, nebuloso. Por que o DMAE não respondeu os nossos Pedidos de Informação? O que o DMAE tem para esconder? Eu repito: eu fui a um processo de sindicância do DMAE sobre isso. Há dúvidas levantadas por servidores do DMAE. Agora eu não vou fazer dedo-duragem e dizer quem me passou as informações, porque eu sou contra o assédio moral, sou contra a perseguição política, lutei minha vida inteira contra essas barbaridades. Agora sobre obras que estão sendo propostas, me expliquem, por favor. E aí eu fico impressionado com o silêncio da base do Governo. Como um Projeto é feito e de repente praticamente ele dobra de valor? Ficam falando de obras que devem ser feitas, como alguém já disse aqui, por causa do shopping, por causa disso, por causa daquilo. Ora, onde está o planejamento da Cidade? As questões nebulosas desses gastos astronômicos, eu questiono, e não vão ter meu voto. A minha Bancada fará uma declaração de voto para deixar registrado para a cidade de Porto Alegre que projeto nebuloso, mal-explicado, gastos não explicados, babilônicos, não terão o nosso voto, não votaremos a favor disso. Ontem, falei sobre o gasto de 700 mil reais para fazer publicidade do IPTU. Cheguei em casa, e o porteiro me entregou o meu carnê para o pagamento do IPTU. Para que publicidade? Está ali escrito. Se eu quiser pagar com antecedência, eu terei um desconto de 20%. Esta é a melhor publicidade: colocar no carnê que eu vou pagar X, e, se eu pagar imediatamente, vou pagar X menos Y. Essa é a boa propaganda. Eu fiz as contas, vale a pena pagar antecipadamente. Essa é a propaganda que tem que ser feita. Então, porque gastar 700 mil reais?! Eu já disse e repito: é para irrigar a grande mídia? É isso? Para depois ser paparicado pela grande mídia?

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. ADELI SELL: Vamos fazer esse debate, Vereador. Ontem, eu tive a honra de fazer parte de uma banca examinadora numa Universidade, num título de Jornalismo, e a pessoa ganhou o grau máximo, dez, fez uma análise sobre as capas da revista Veja; revista essa, Ver. Bosco, que faz publicidade em 50% das suas páginas. Então eu sou muito reticente. O bom jornalismo sobrevive com publicidade. Eu acho que isso é real, é natural e é justo, para que as pessoas sobrevivam. Agora eu conheço a revista Veja, assim como já li livros sobre a revista O Cruzeiro e sobre setores da grande mídia que vivem da mídia governamental. Defendem o Estado mínimo, mas adoram uma tetinha, ou seja, adoram mamar no serviço público, no dinheiro público. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLE nº 057/08.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Ver. Carlos Todeschini, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, eu queria contrapor o Ver. Adeli Sell na primeira questão da publicidade. De acordo com uma avaliação feita por estudos acadêmicos, quanto maior a publicidade, com determinado limite, maior o faturamento. Se fosse isso, os “santinhos” de Vereadores bastavam para dar visibilidade. Mas não basta só pôr no carnê que vai ter 20% de desconto, se pagar até o dia 31 de dezembro, porque a grande maioria das pessoas não lê; nós vivemos na sociedade da pressa, a gente não pára para ler. Existe um cálculo, num trabalho acadêmico, Ver. Adeli, que a cada X de investimento em publicidade, corresponde a um aumento da receita significativo. Então é indispensável que se faça a propaganda disso. Evidentemente que isso pode representar, às vezes, um gasto de 10% do que vai ser faturado. Por exemplo: investiu 700 mil e vai faturar 10 milhões a mais, e não é muito isso em relação à massa de dinheiro que vai entrar na Prefeitura, de 3 bilhões e 500, no mínimo, neste ano de 2009. Nós sabemos, então, que é fundamental que se faça propaganda, a visibilidade é fundamental, e aí, sem nenhum exagero, sem nenhuma exorbitância, nós podemos fazer uma boa publicidade de algumas coisas que são vantajosas para os Municípios.

Eu queria dizer a respeito dos pronunciamentos que são feitos aqui, na presença inclusive de técnicos do DMAE, que não se pode presumir essa maldade feita, por exemplo, pelo Ver. Comassetto, que disse que tem superfaturamento. Isso é um voto de desconfiança a uma equipe...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Nilo Santos.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Não, não. Pode ser normal para o Ver. Comassetto, mas ele não tem o direito de assacar, porque isso subentende que tem alguma coisa que é lesiva aos interesses da população, e eu acho que não é essa questão. Todas as pessoas aqui sabem, na sua vida particular, que, em qualquer obra que fizerem, em qualquer orçamento que for feito, a previsão, a descrição de gastos indiscutivelmente errará em 50, 60, 70%. Numa obra de tantos milhões, de tanto empréstimo, de tanta necessidade de reparos até nos cálculos... Por quê? Porque estão aumentando as proporções da obra, porque é necessário, porque o cálculo feito era um há seis meses, um ano atrás; agora, por exemplo, o dólar mudou completamente. Essas coisas têm que ser levadas em consideração. Esses aumentos não são superfaturamentos, não têm nada de vigarice; são necessários, são indispensáveis, como na experiência pessoal de cada um que experimenta fazer qualquer benfeitoria na sua casa.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Claudio Sebenelo, estou ouvindo atentamente a sua fala, respeito-a, mas nós temos uma dúvida e uma divergência. Eu sugiro que nós peçamos ao Ministério Público para analisar e tirar essa dúvida que existe entre nós.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Pois não. Apenas eu acho que é muito importante dizer, se há superfaturamento, onde é e quem o faz, porque generalizar ou insinuar... O pior é a insinuação, o pior é não dizer, é deixar nas entrelinhas, deixar no inconsciente das pessoas, deixar, na maldade, “uma bola picando”, dizendo “tem superfaturamento”. Não, não tem superfaturamento. E eu quero dizer, para seu desencanto, que confio cegamente na Administração do DMAE e na do Prefeito Fogaça.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Claudio Sebenelo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE n° 057/08, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, tem um aspecto dessa questão a que o Ver. Todeschini chamou a atenção e que tenho um pouco mais de dificuldade de discutir tecnicamente, mas eu queria discutir o processo. Porque essa mudança conceitual, de opção, de como tratar o esgoto da cidade de Porto Alegre, que é uma mudança a que o Ver. Todeschini expressa contrariedade, é a mudança das bacias para um processo mecânico, e que é a motivação também do aumento do custo da obra, se estou entendendo corretamente, Ver. Todeschini.

Tenho dificuldade, porque não domino o assunto tecnicamente, mas claro que tenho preferência por um tratamento natural, um tratamento com absorção natural, um tratamento com algas, ou outro tratamento biológico do esgoto. A minha pergunta é: qual o tamanho da discussão que fizemos com a Cidade sobre esse tema, sobre essas opções? Porque me lembro muito dessa polêmica, Ver. Todeschini, quando V. Exª era Diretor do DMAE. Não que isso seja uma polêmica interna da Secretaria. O nosso Governo tem ido discutir em todas as regiões o Projeto Socioambiental, como iríamos fazer o tratamento desse esgoto, o que é um passo muito grande, muito importante, muito desejável para a cidade de Porto Alegre. Queremos chegar a 100% do tratamento do esgoto da Cidade; isso é uma imperiosidade para a sobrevivência do planeta. Queremos devolver as águas do rio para Porto Alegre, queremos diminuir o tratamento necessário para a água voltar potável para as torneiras das nossas casas.

Lembro de que esse foi um debate bastante duro inclusive, mas tivemos a coragem de ir a toda a Zona Sul discutir com a população como é que iríamos tratar esse esgoto, como e onde iríamos localizar as bacias, que famílias seriam realocadas, que parques, que nascentes iríamos proteger e revigorar. Lembro de que esse debate, não por acaso, levou cinco anos. Eu dizia isso na Reunião Conjunta das Comissões sobre o tema. Qual foi o debate feito agora no tal do redesenho do Programa Socioambiental durante os quatro anos do Governo Fogaça? A Cidade sabe dessa mudança? A população sabe que nós não reassentaremos mais 250 famílias da Vila dos Sargentos? Pelo que estou entendendo no novo Projeto. Como vai ser a devolução da orla, esperada e sonhada, lá na Serraria, lá na Vila dos Sargentos, onde as moradias não só prejudicam o Guaíba, como são moradias muito precárias, moradias que são alagadas, que vivem em situações graves. Na última enchente, na última chuva torrencial de Porto Alegre, um dos caos da Cidade era a Vila dos Sargentos.

Então essa discussão, essa mudança de um Projeto de tamanho impacto, que não traz mais a preservação de parques, das beiras do arroio do Salso, segundo afirmação, discussão e análise dos Vereadores nossos que se detêm mais sobre o tema, isso está deliberado com a Cidade? A Cidade tem conhecimento de tamanha mudança? Eu acho muito sério, porque o discurso da participação popular, do controle social continua, é um discurso apropriado pelo Governo Fogaça, que diz que nessa Cidade as decisões são coletivas, são participativas, mas não sei dessa discussão ter sido feita com a Cidade, especialmente com a Zona Sul, Ver. Sebenelo, essa mudança do tipo de tratamento do esgoto. A Vila dos Sargentos e o bairro Serraria, o Ver. Sebenelo deve conhecer, sabe que nós precisamos remover famílias aí. Na entrada, logo à esquerda, há uma baixada completamente desprovida de saneamento básico. Perto do rio, às margens do Guaíba, há, insisto, um posto de reciclagem de lixo que deve ser extremamente tóxico para a natureza, para as águas do Guaíba, e é muito inadequado em relação aos moradores e às pessoas que sobrevivem do lixo. E que eu lembre, o Socioambiental previa, Ver. Todeschini, inclusive geração de renda para as comunidades que hoje sobrevivem prejudicando o meio ambiente, com o lixo na beira do Guaíba, inclusive isso. Então para relocação da Vila dos Sargentos, nem sequer está previsto, é preciso pensar um galpão de reciclagem, um lugar, um entreposto para dar um destino adequado ao lixo que hoje é a forma de sobrevivência das famílias.

Mais perto do bairro Cristal, na Vila Hípica, está previsto, dentro do Socioambiental - e nós consideramos uma contrapartida importante do DMAE -, a construção de uma creche comunitária e de um posto de saúde. Tudo que dependia da interferência dos Vereadores nós fizemos, a mudança da área para regularização da Vila Hípica, a regularização do terreno do Estado já teve troca com a Prefeitura, está pronto, está esperando. Então o Socioambiental, para nós, não tem uma visão restritiva, restrita a tratamento de esgoto, é necessariamente recuperação de margem do arroio, de nascente do arroio, retirada de famílias, condições para as famílias se organizarem em um outro espaço com a sua atividade de geração de renda garantida, o que vai garantir que esse deslocamento seja permanente. Então tudo isso, para nós, é saneamento básico, é tratamento das águas da Cidade, é tratamento de orla da Cidade. E, pelo jeito, a concepção do Projeto faz uma guinada lamentável que encarece e retira humanização do Programa Socioambiental.

Eu concordo aqui com o Ver. Comassetto que nós temos que perguntar ao Ministério das Cidades se ele tem noção, tem controle, fez avaliação técnica do que são esses novos projetos, esse custo? Vejam, 50% a mais é o valor do tratamento de esgoto previsto no Socioambiental, 50%, e 25% de ajuste de ampliação em todo o recurso, os 400 milhões de reais previstos para moradia e esgoto. É um aumento muito significativo, faz parte do PAC, todos nós somos responsáveis por controlar que o recurso do PAC seja bem utilizado. O Governo Federal não tem como estar aqui no cotidiano; esta Câmara, a Cidade ativada é que deve cobrar.

Então é muito difícil a Bancada votar a favor sem ter resposta do Pedido de Informações, discordando dos novos conceitos do Projeto, discordando da retirada do investimento nas famílias e no meio ambiente, que nós queremos ver garantido no Socioambiental. Então o nosso voto não tem como ser de acordo com tantas mudanças. E mais: colocamos-nos com a maior responsabilidade de controlar e fiscalizar a aplicação desse recurso no ano que vem.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos Todeschini, o PLE nº 057/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM e 06 votos NÃO.

Declaração de voto firmada pela Bancada do Partido dos Trabalhadores (Lê.): “Como já fizemos na Reunião Conjunta das Comissões, votamos contra por falta de explicações. Naquele momento, durante o debate, a base do Governo também silenciou. Neste interregno, o Governo não se dignou a nos prestar quaisquer esclarecimentos. Os valores que devem ser acrescidos ao Projeto original são praticamente um novo Projeto da mesma grandeza. Ou seja, ou o projeto-base não tinha qualquer relação com a realidade, mostrando incompetência administrativa, ou fica o direito à dúvida sobre a necessidade de gastos tão vultosos. Ademais, nenhum dos programas básicos de assessoramento, assentamento e reassentamento foram resolvidos. Não votaremos em algo nebuloso. Quando o Governo agir com transparência, votaremos a favor”. Assinam todos os Vereadores da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Determino a anexação ao processo de votação.

Apregôo as Emenda nºs 06, 07, 08 e 09, de autoria do Ver. Professor Garcia e outros, ao PLCE nº 010/07, que dispõem sobre o Fundo Municipal de Desenvolvimento.

Apregôo as Emenda n°s 01 e 02, de autoria do Ver. João Dib, ao PLL nº 219/08.

Apregôo a Emenda n° 03, de autoria do Ver. Nilo Santos, ao PLL nº 219/08.

Apregôo as Emenda n°s 04 e 05, de autoria do Ver. Profº Garcia, ao PLL nº 219/08.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Marcelo Danéris que solicita dispensa à apreciação das Comissões das Emendas de n°s 01 a 05 ao PLL n° 219/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6938/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 022/08, que concede isenção, por tempo determinado, dos tributos municipais à FIFA e às entidades vinculadas à organização e realização da Copa Mundial da FIFA de 2014, relativamente ao patrimônio, serviços e demais operações diretamente relacionadas com esta finalidade.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR e CUTHAB Relator-Geral Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 19-12-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCE n° 022/08. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE n° 022/08.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, está certo, está certo o Governo. Estava errado há pouco, quando discutimos outro Projeto, nebuloso, com falta de transparência. Este é claro e cristalino, assim como foi e está sendo a política do Governo Federal, do Presidente Lula, para a Copa do Mundo. Investimentos! Plano de Aceleração do Crescimento, via obras do PAC!

O Governo da Bahia, do PT, fará um novo Estádio da Fonte Nova com dinheiro público. Vai ser importante, vai mexer com Salvador.

O Governo Federal também está fazendo um conjunto de isenções para realizar a Copa de 2014, para aquecer a economia, gerar renda e trabalho, porque a isenção dos tributos está diretamente vinculada aos serviços - no caso nós estamos tratando de ISS, Vereador Nilo - para atividades concernentes à Copa de 2014. Por isso nós, diferentemente do Projeto anterior - que era nebuloso, escabroso e tudo o que se possa imaginar -, no qual votamos contra, mas aqui somos os primeiros a vir à tribuna e, desta tribuna, defender o voto “sim” no Projeto do Governo Municipal. O que é bom para a Cidade, o que é bom para o seu desenvolvimento terá sempre, e absolutamente sempre, o apoio meu e da minha Bancada. Por isso insisto: temos muita coisa a votar; o nosso voto é “sim”.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o PLCE nº 022/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Consulto o Líder do PT, Ver. Carlos Comassetto, se há acordo de passar para o final o PLL nº 163/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, no que diz respeito ao Substitutivo nº 01, de sua autoria, Vereador.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, eu já faço um Requerimento para o adiamento da discussão por uma Sessão do PLL nº 163/04.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento do Ver. Comassetto, solicitando o adiamento da discussão do seu Projeto por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6904/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/07, que dispõe sobre o Fundo Municipal de Desenvolvimento – FMD, institui o Conselho Gestor do FMD na forma da Lei Complementar nº 11.124, de 16 de junho de 2005, revoga a Lei Complementar nº 337, de 10 de janeiro de 1995, que cria o Conselho Municipal de Acesso à Terra e Habitação – COMATHAB, e dá outras providências. Com Emendas nos 01, 02, 03, 04 e 05.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e da Emenda no 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01 e 02.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 06-12-07.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCE nº 010/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, serei breve; desta vez, estou aqui só para elogiar, porque, quando criticamos, somos contundentes, mas, quando conseguimos dialogar com o Governo, é importante registrar. Nós conseguimos construir Emendas que garantem a continuidade do Comathab, Conselho que faz parte da história de Porto Alegre, tem a representação da sociedade civil desta Cidade, porque o primeiro Projeto previa a sua extinção. Mas ele continua, ele vai gerenciar o Fundo de Habitação, e nós fortalecemos o protagonismo da sociedade civil em Porto Alegre em relação a esse tema tão delicado e tão urgente, carente de políticas muito contundentes, muito fortes na área de habitação popular.

Então, Ver. Garcia, queremos nos congratular pela capacidade de diálogo, em relação a este Projeto, que o Governo demonstrou, e queremos dizer que esperamos isso em relação aos demais, para terminarmos bem este ano. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada a discussão. Em votação o PLCE nº 010/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela unanimidade dos presentes.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, requeiro que as Emendas nºs 01, 02,03, 04, 05 sejam votadas em bloco, e as demais também em bloco.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Professor Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Professor Garcia, o bloco das Emendas de números 01, 02, 03, 04, 05 ao PLCE nº 010/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 25 votos NÃO.

Em votação o bloco de Emendas nº 06, 07, 08 e 09 ao PLCE nº 010/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6806/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 058/08 - Cria a Secretaria Extraordinária da Copa de 2014 – SECOPA – no âmbito da Administração Centralizada do Poder Executivo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – PMPA, prevê o planejamento e coordenação das ações voltadas à preparação da cidade de Porto Alegre como Sub-Sede da Copa do Mundo de 2014, cria cargos em comissão, funções gratificadas e cargos de provimento efetivo no Plano de Carreira da Administração Centralizada, e dá outras providências.Com Emendas nºs 01 e 02.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM Relator-Geral Ver. João Bosco Vaz: aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 18-12-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 058/08. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 058/08.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em debate a criação da Secretaria Extraordinária da Copa; nós percebemos, nesse tema, que o Governo não acenou espaço para a negociação, mas nós temos vários questionamentos importantes sobre isso. Primeiro, porque não está definido ainda que a Copa será realizada em Porto Alegre. Consideramos uma precipitação criar uma Secretaria Municipal que, para a disputa de sediar a Copa, não é necessária. Aliás, a Copa virá para cá se o Prefeito ou o Vice-prefeito se envolver pessoalmente. Não precisa de Secretaria para isso, e o Ver. Professor Garcia sabe! Parece-me precipitado constituirmos uma estrutura com status de Secretaria, com cargos permanentes de engenheiro e arquiteto para um processo que não está definido se vai acontecer em Porto Alegre – e ninguém deseja o contrário; este é o primeiro questionamento.

O segundo, em várias falas, nós já trouxemos, é que a tarefa de receber a Copa ou é cumprida coletivamente pelo Governo, ou não há como dar consecução a ela. Então nós entendemos que seria perfeitamente possível constituir um comitê gestor gerenciado pelo Vice-Prefeito, e a Prefeitura poderia plenamente receber a Copa do Mundo.

Nós falamos no lugar de quem organizou quatro Fóruns Sociais Mundiais. Nós chegamos a ter 80 mil pessoas em Porto Alegre; a rede hoteleira se organizou, se preparou, ela tem condições de absorver plenamente, com qualidade, a vinda desse grande número de pessoas. Nós sabemos que dois jogos, que possivelmente não sejam jogos centrais, não trarão tantas pessoas para cá. E, portanto, não tem necessidade.

Ex-Vereador Zé Valdir, nós fomos acusados de gastar horrores com o Fórum Social Mundial. Imaginem, o Fórum que projetou a Cidade no mundo, que trouxe personalidades do mundo inteiro para cá, e nunca precisamos criar um CC a mais para realizá-lo. Não criamos um CC a mais! E no balanço do Governo Fogaça, só na Centralizada, mais de cem CCs foram criados nesses quatro anos. Eu vou repetir: o Governo Fogaça criou mais de cem CCs; acrescentou-os aos Cargos em Comissão que existiam na Cidade de Porto Alegre durante as Administrações Populares, e agora, de novo, para um evento, propõe a criação de 16 CCs, de um novo cargo de Secretário, de uma estrutura burocrática com funcionários públicos.

Nós mostramos, provamos que isso não é necessário; nós já acolhemos quatro grandes Fóruns Sociais Mundiais em Porto Alegre com a estrutura da Prefeitura, com a capacidade de construir políticas, ações, gestões integradas entre várias Prefeituras, então não entendemos necessária a criação de uma Secretaria para receber a Copa do Mundo. É possível, com o Vice-Prefeito, sim, como gestor, com uma Secretaria de Esportes envolvida, acionada e com o conjunto das Secretarias, destacando técnicos, destacando agentes políticos, constituir o processo de recepção da Copa. Nós estamos entendendo que mais este gasto não é necessário, parece um gasto de acomodação política. Ele é precipitado, porque a Copa não está definida ainda, o Vice-Prefeito eleito e diplomado tem estrutura, tem autoridade, estatura para liderar esse processo. Aliás, ser Secretário da Copa é muito menor do que ser Vice-Prefeito ou ser um Secretário de Governo. Em todos os nossos Governos esse cargo teve sempre uma estatura de liderança muito próxima à do Prefeito. Acho que o Vice-Prefeito Fortunati vai reduzir em muito a sua autoridade resumindo-se a um Secretário da Copa, de um evento, Verª Margarete; ele tem outra estatura, está ungido pela Cidade para ser e ter autoridade de um Prefeito Municipal, de um adjunto, de um substituto de um Prefeito Municipal. Então não me parece muito adequada, por vários motivos, a criação desta Secretaria. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido os Srs. Líderes a aproximarem-se da Mesa, para deliberarmos acerca dos trabalhos. (Pausa.)

Encontra-se no plenário da Câmara, Dom Dadeus Grings, acompanhado do Padre Jaime. Vamos recebê-los com o nosso aplauso. (Palmas.) Convido os dois para tomarem assento aqui junto à Presidência, para abençoar este Plenário e, de resto, toda a nossa Câmara de Vereadores.

Dom Dadeus, queremos agradecer a sua gentileza, a Câmara está num ritmo de mutirão, a Cidade precisa de muitos avanços, a Câmara precisa aprovar várias legislações para o início do ano, e nós vamos pedir a sua compreensão no atraso de quinze, no máximo, vinte minutos [para o início da missa]. A sua presença aqui nos dá a garantia, a certeza de que os trabalhos serão céleres. Eu devolvo a palavra ao Plenário.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 058/08.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ora, vejam só, imaginem se, na época do Governo da Administração Popular, nós propuséssemos uma Secretaria para sediar os eventos do Fórum Social Mundial. Imaginem a lambança que a oposição da época faria; a lambança. Nós estamos aqui, serena e tranqüilamente, questionando: 16 Cargos em Comissão?! Onde estão os servidores que, na época, se tirava um comitê gestor, e com a autoridade do Prefeito, do Vice-Prefeito, Secretários, os servidores eram convocados e trabalhavam. Está errado, está errado, o método está errado. Nós temos um apreço muito especial pelo Vice-Prefeito José Fortunati, todo mundo sabe, inclusive ele sabe. Ele tem a autoridade do Vice-Prefeito de comandar um grande contingente de servidores e da sociedade civil. Eu dizia que o Governo erra duplamente quando faz um comitê gestor de Governo. Essa questão da Copa de 2014 é uma questão da sociedade civil. A Câmara deveria ter uma representação plural, eu me sinto bem representado lá, porque o Ver. João Bosco Vaz está lá, porque eu tenho confiança no seu trabalho, por ser um especialista, por ser um sujeito que conversa com todo mundo, não tem preconceito e me representa. O Prefeito deveria ter a grandeza de vir discutir com a Bancada de oposição, porque, na Casa, ela é o PT, o meu Partido. São os Vereadores do meu Partido. Eu discordo – podem fazer cara feia, mas, quando eu descer daqui, vou ter a mesma tranqüilidade de conversar e abraçar os colegas. Essa é uma questão imperiosa, imperiosa, nós estamos tratando de dinheiro público! Nós estamos tratando de procedimentos, caso contrário, não adianta ter Vereador para dizer amém. Vejo aqui que, nos dois Projetos anteriores, nós votamos por unanimidade; está em jogo, está em questão o bem da Cidade, o desenvolvimento da Cidade. Nós apoiamos a isenção de tributos para a Copa, o Governo Federal também faz assim, o Governo do Estado deveria ter ousadia, porque não fez nada pela Copa até agora. A Governadora está lá no Palácio, preocupada com os pedágios e coisas do tipo. A Copa é importante para Porto Alegre, para o Rio Grande do Sul. Portanto eu uso desse tempo para, clara e objetivamente, colocar aqui o equivoco profundo que está sendo cometido em termos de gestão pública. A gestão pública tem que se valer do serviço público já existente. Eu fui Secretário da SMIC e fiz a fiscalização que fiz, na linha de frente, sem nenhum CC, sem nenhum Cargo em Comissão. Criou-se uma Secretaria de Acessibilidade, ela teria que estar neste debate, ela não existe; assim como a Secretaria de Mobilidade Urbana não existe, porque a EPTC não existe. E o Governo é recorrente nos seus equívocos. (Pausa.)

Nós estamos “em discussão”, é difícil discutir e trabalhar assim, batendo boca no plenário! É uma falta de consideração essa questão! Eu me indigno, não vou falar mais. Muito obrigado. Que as pessoas vejam a barbaridade a que chegou esta Câmara Municipal.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 058/08.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, cumprimento os nossos visitantes, o nosso Arcebispo, o Padre Jaime, Vereadores e Vereadoras, eu não posso deixar de me manifestar, porque fui eleito para isso, fui eleito para falar, fui eleito para dar a minha opinião, para fazer o meu voto. Nós sugerimos que fosse criado um grupo de trabalho para a Copa, o que, no nosso entendimento, daria conta do recado. Mas está sendo proposta, além da criação da Secretaria, a criação de 16 Cargos em Comissão. Veja só, Sr. Líder, Ver. Garcia, 16 Cargos em Comissão, ao valor médio de 6 ou 7 mil reais por mês, o que significa que mais de cem mil reais por mês vão ser gastos. Num ano, que tem 12 meses de salário mais o 13º, são 13 meses, é, no mínimo, um milhão e 300 mil reais. Multiplicando esse valor por 6 anos, a conta chega a mais de 8 milhões de reais. Isso é o nosso voto de hoje: 8 milhões de reais é essa conta, dinheiro que a Cidade não tem, que está querendo ser criada pelo Executivo Municipal, o que, no nosso entendimento, seria dispensável, porque tem material humano, profissionais e agentes em quantidade e qualidade suficientes para atender ao Município, aos desafios e às tarefas da Copa, Ver. Zé Valdir. Oito milhões de reais, essa é a conta! Por isso essa discussão não pode ser pequena: 8 milhões de reais ante o conjunto de necessidades e de outras prioridades que deveria ter o Governo para com a Cidade, em especial para com o povo pobre, com as crianças de rua, com as populações carentes - falta saúde, falta habitação, falta assistência social. No entanto, está se decidindo sobre um Projeto que vai gastar 8 milhões de reais. Uns estão dizendo: “É um investimento, porque precisamos preparar a Copa”. Nós somos a favor de preparar, e que a Copa venha e seja grandiosa, só que há profissionais no Município em qualidade e em quantidade suficientes que podem assumir essa tarefa.

Quando foi feito o Fórum Social Mundial, não foi gasto, não foi criado nenhum cargo para isso. Os próprios profissionais da Prefeitura deram conta de todas as tarefas, e elas eram gigantescas também: mais de cem mil pessoas vieram a Porto Alegre, e foi dado conta do recado de maneira brilhante.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Carlos Nedel.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Desculpa Ver. Nedel, lhe ofereço aparte no microfone se o senhor quiser contribuir com a idéia.

 

O Sr. João Carlos Nedel: Estava dizendo que a Prefeitura realmente assumiu o Fórum Social Mundial, só que a Prefeitura parou com todas as suas atividades para isso. A Cidade foi paralisada.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Discordo, Ver. Nedel, porque eu era Diretor do DMAE, e nada ficou paralisado, assim como a Verª Sofia era Secretária da SMED. Não só não parou, como as energias se revigoraram, aprimorou-se a integração, a transversalisação, o que hoje não existe na Prefeitura. Então vejam: nós não podemos ter acordo em fazer uma autorização de gasto desse tamanho. É muito dinheiro: 8 milhões de reais! É um ato, hoje nós estamos votando vários Projetos. Isso é uma conta que vai para a Cidade, e ela tem que ter outras prioridades, como as sociais, a vida das pessoas que não está cuidada, a saúde, a assistência social, as creches para as crianças. No entanto, eu tenho certeza de que essa medida vem para acomodações políticas de Partidos que precisam de cargos para compor as divergências e os acordos de Governo.

Então eu tenho muito claro que é muito dinheiro para ser gasto, enquanto há outras prioridades e outras necessidades imperiosas do nosso povo. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Adeli Sell, o PLE nº 058/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM e 07 votos NÃO.

Declaração de Voto firmada pela Bancada do PT (Lê.): “Votamos contra por ser exagero criar mais uma estrutura de 16 CCs, e o Vice-Prefeito tem a autoridade de reunir servidores para realizar as atividades da Copa. Bancada do PT”. Determino que seja apensado aos autos do processo em votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada por vários Vereadores, a Emenda nº 01 ao PLE nº 058/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM e 20 votos NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 02 ao PLE nº 058/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 12 votos SIM e 13 votos NÃO.

Quero agradecer ao Ver. Marcelo Danéris, que concordou com passar o Projeto de sua autoria como primeiro Projeto da segunda-feira. Quero dizer também que a Sessão Extraordinária de segunda-feira não será necessária, conforme entendimento da Mesa e dos Líderes. Portanto só teremos Sessão Ordinária na próxima segunda-feira.

 

O SR. ADELI SELL: Solicito Renovação de Votação, garantida pelo Regimento Interno, dada a diferença foi de um voto.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): V. Exª sabe que há procedimento para isso, cumpra rigorosamente o Regimento.

Neste momento, passo a palavra para Dom Dadeus Grings, a quem recebemos com carinho, com muito amor, no final do ano.

Ainda não é o encerramento, D. Dadeus, deste Plenário, que muito produziu, e muito produzirá ainda nesta reta final. O senhor é sempre muito bem-vindo!

Peço a atenção dos Srs. Vereadores.

O Sr. D. Dadeus Grings está com a palavra para abençoar o Plenário da Câmara.

 

O SR. DADEUS GRINGS: Eu vim hoje para celebrar missa e reinaugurar a capela deste lugar tão importante para a cidade de Porto Alegre. É aqui que brotam as grandes decisões, então a gente tem que ter também a benção de Deus. Por isso estamos aqui neste momento. Eu vim paramentado para começar a missa na capela, mas também para todos nós pensarmos que “se Deus não edifica a casa, em vão trabalham os trabalhadores”. Então devemos trabalhar juntos para a partilha de nossas preocupações, de nosso crescimento, do bem-estar comum. Devemos sempre estar preocupados com o bem comum que se procura aqui. Se cada um procura o seu bem-estar isoladamente, não soma; temos que somar, neste momento, então, com a presença do amor de Deus. E quando ouvimos o mundo de hoje falar de crise, precisamos de um amparo muito especial de Deus, para que Ele nos proteja, nos dê segurança. E o que está em jogo sempre é a vida: “Para que todos tenham vida e vida em abundância”. Que Deus também abençoe este Plenário, e que todas as decisões tomadas aqui sejam em função do bem comum, para a harmonia da Cidade, para o progresso, para o bem-estar de todos.

Que a benção de Deus Todo-Poderoso - do Pai, do Filho e do Espírito Santo - desça sobre vós e convosco permaneça para sempre. Amém! Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, quero agradecer e dizer que esta Casa teve uma agenda muito positiva nesta manhã de sexta-feira. Cumprimento cada um dos senhores, todas as Bancadas, assessorias, os funcionários da Casa. Muito obrigado pela presença de todos, e ratifico as informações de que, neste momento, os Srs. Vereadores que têm interesse em tratar do assunto Projeto Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, acontecerá uma reunião imediatamente no gabinete da Presidência da Casa, e, às 13h, estará aqui o Internacional. Portanto os Vereadores que tiverem interesse na matéria, de imediato, podem seguir para a Presidência da Casa.

Está encerrada a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 11h35min)

 

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